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Duplo Clique | "A Televisão que Temos"




Os “Óscares à portuguesa” ou um treino intensivo para os “Globos de Ouro”. A Gala dos V Troféus de Televisão da TV7 Dias decorreu no salão Preto e Prata, no Casino do Estoril, e foi transmitida no dia 23 de abril por um canal improvável. Aquele canal. O Canal… Q? Sim, o Canal Q. Guilherme Fonseca, apresentador e guionista da estação, juntou-se à elegante e divertida Joana Cruz, da RFM, na apresentação da glamourosa Red Carpet em que desfilaram os famosos e brilharam os flashes. No espetáculo, com Herman José ao comando, celebrou-se o melhor da Televisão Portuguesa em 2013 e todos os seus profissionais – mas ainda houve tempo para uma selfie com Lili Caneças e para dar abraços a um elefante fofinho.

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O alinhamento deste tipo de emissões cristalizou-se na fórmula “passadeira primeiro e prémios depois”, nada que espante os telespectadores habituados a seguir o estrelato das estrelas da Televisão. Guilherme Fonseca mostrou-se divertido e irreverente, afinal de contas cabia a si a tarefa de provocar os famosos com perguntas inusitadas e delirantes.Por sua vez, Joana Cruz saltou da rádio para a frente das câmaras para interpelar as celebridades com as “perguntas sérias”, conversas sobre vestidos, estilistas e poses de circunstância. Ribalta para todos, croquetes para todos – quem não levasse para casa a estrelinha como prémio tinha direito a free hugs do Trombinhas, um elefante que animava os convidados. E eis que desfilaram os clássicos. Paula Bobone, por exemplo, voltou a impressionar não se sabe bem por que motivos, mas trouxe de casa as caveiras – “Tenho um arsenal a que recorro quando sou convidada para festas que requerem um certo glamour, porque eu em casa ando com uma farda de criada do século XIX”. Bobone até podia vestir alta-costura, mas na verdade está “tesa”, o que explica a desgraça com que foi vestida, palavras suas.

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Herman José abriu as hostilidades num estilo Goucha-em-modo-Ellen, rendendo a plateia ao seu humor bem vincado, caraterístico, ousado e atual. Foi ele o magnífico anfitrião do evento de atribuição de prémios, aos quais concorreram 125 candidatos em 25 categorias das mais diversas áreas e formatos do audiovisual português. O júri – composto por grandes vultos da Televisão, Teatro, Jornalismo e Rádio – mostrou especial preferência por trabalhos dos canais privados, apesar de a RTP ter nomeado 46 candidatos. A vencedora da noite foi a TVI, com 12 prémios, destacando-se nas áreas de Informação, Ficção e Entretenimento; cinco foram diretos para Carnaxide graças aos melhores elencos de Telenovela, programa Social e Reportagem e outros 8 acabaram nos canais do Estado, nas categorias de Séries, Melhor Ator Humorista, Talk-Show e Melhor Jornalista/Repórter. Os troféus da noite deixaram claro como água que o público da TV7 Dias que votou nos vencedores é o público fiel de Queluz de Baixo: audiências de perfil mais popular, feminino e intergeracional. Não espanta, por isso, que a TVI seja líder de audiências no Share diário, em paralelo com a liderança da revista TV7 Dias no seu segmento de publicações.
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No entanto, competições há muitas. O verdadeiro propósito destas galas é consagrar o valor acrescentado da indústria audiovisual portuguesa, promover uma importante montra de talentos e promessas profissionais. Fica o reconhecimento de centenas de programas e equipas técnicas, guionistas, atores, realizadores e apresentadores, muito além dos “pisa-papéis” condenados ao pó numa prateleira. É a Televisão que temos e que chega até nós um pouco pior, ou melhor, todos os dias.


DUPLO CLIQUE [2ª EDIÇÃO]
Uma Crónica de André Rosa